Líderes cristãos apontam os “piores erros” teológicos do filme Noé e
criticam: “Ensina o que jamais a Bíblia ensinou”
O filme Noé, criticado por muitos cristãos por conta das diferenças
entre a narrativa bíblica e o que é apresentado no longa-metragem dirigido por
Darren Aronosfky, despertou a crítica de líderes cristãos. Listas de erros
teológicos existentes no filme foram feitas pelo pastor Renato Vargens e pelo
escritor J. Lee Grady.
Nos pontos elencados por ambos, as críticas ao filme abrangem questões
diretas, como diferenças entre a história constante da Bíblia, e questões
indiretas, como a impressão que o filme deixa sobre os personagens por conta da
forma como a história é narrada.
O próprio diretor do filme reconheceu que o longa-metragem é “o filme
bíblico menos bíblico de todos os tempos”, e o estúdio que o produziu se viu
obrigado a emitir alertas de que o filme continha diversas diferenças em
relação à Bíblia.
Vargens afirma que não recomenda o filme porque ele “fundamenta-se em
lendas, ficções e interpretações equivocadas de quem foi Noé”, e dentro desse
ponto de vista, “a história de Nóe narrada pelas Escrituras se contrapõe em
muito ao filme hollywoodiano”.
O escritor J. Lee Grady afirma que “Noé não estava distante de Deus”,
ao contrário do filme, que o apresenta como uma “alma torturada que sente
através de um sonho que o misterioso ‘Criador’ (Ele nunca é chamado de Deus)
planeja destruir o mundo com uma inundação”.
Grady aponta que “na versão fantasiosa de Aronofsky, apenas um dos
filhos de Noé, Sem, tem uma mulher (interpretada por Emma Watson) e ela acaba
grávida de gêmeas que, supomos, irão eventualmente se tornarem mulheres para os
outros dois filhos de Noé”. O escritor ressalta que na versão bíblica, “os
filhos de Noé não estavam sem esposas na arca”, citando a passagem de Gênesis
6:18: “Você entrará na arca com seus filhos, sua mulher e as mulheres de seus
filhos”.
O pastor Renato Vargens critica o filme por apresentar Deus como um
ser “desprovido de amor, bondade e misericórdia”, e Noé como alguém “obcecado,
violento e insensível”. O líder da Igreja Cristã da Aliança frisa ainda que “o
filme apresenta um péssimo conceito de
Deus, onde o Criador não fala, ama ou se relaciona com Noé. Na verdade o filme
retrata um deus vingativo, impessoal e cheio de ódio [...] e induz os expectadores ao erro por ensinar aquilo que jamais a
Bíblia ensinou”.
Já Grady aponta uma das liberdades poéticas do diretor como um dos
piores erros cometidos no filme. O escritor diz que “Noé não obteve ajuda de
criaturas gigantes de pedra quando construiu a arca”, e afirma que Darren
Aronofsky “pegou emprestado esse conceito estranho de antigos místicos judeus
que sugeriram que os anjos de Deus expulsos do céu após a criação caíram e
foram aprisionados em rochas, caminhando pela Terra em busca de oportunidades
para ajudar os seres humanos”.
O escritor J. Lee Grady encerra a lista de defeitos do filme dizendo
que, na Bíblia, “os descendentes de Noé não tratam a pele da serpente do Éden
como uma relíquia de família”, e revela que o diretor do filme baseou-se em
“escritos gnósticos de séculos atrás”, quando “judeus ensinaram que o Deus do
Gênesis era realmente um perdedor e que Satanás era um deus melhor. A
implicação sutil é que Noé precisava de ajuda de Satanás, não de Deus”.
A experiência real de Noé é mais do que um conto . O mundo foi
destruído por uma inundação e um dia
será destruído pelo fogo (Malaquias 4:1, 3). Você estará pronto ?
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