Foi em março de 2014, em um posto de gasolina, que tudo começou e, por
esse motivo, a operação recebeu o nome de “lava jato”. Ela investiga um grande
esquema de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a Petrobras, grandes
empreiteiras do país e políticos.
Você deve se lembrar que uma das primeiras prisões foi a do doleiro
Alberto Youssef. Ele cresceu em Londrina, no Paraná, foi vendedor de pastel e
contrabandista de eletrônicos do Paraguai. Após essas atividades passou a
trabalhar como doleiro.
Poucos dias depois foi a vez de assistirmos à prisão de Paulo Roberto
Costa, ex-diretor de abastecimento da Petrobras. Ele estava sendo investigado
pelo Ministério Público Federal por supostas irregularidades na compra pela
Petrobrás da refinaria de Pasadena, no Texas, em 2006.
A partir daí foi escândalo após escândalo, rombos, dinheiro no
exterior, conluios, propinas, delação premiada, listas de envolvidos, CPIs,
prisões e mais prisões, dentre outros episódios que seguem nos deixando
espantados a cada nova descoberta.
É um momento interessante. Em situações como esta percebo que estamos
sempre muito prontos a nos horrorizar com os erros dos outros. Claro, tudo isso
causa indignação, deve ser apurado e julgado corretamente. Mas acho que é um
bom momento para olharmos para nós mesmos e avaliarmos até que ponto nós mesmos
precisamos passar por um “lava jato”.
O que na sua vida está causando o espanto dos que o cercam? O que faz
com que sua(eu) esposa(o) e seus filhos se decepcionem? Ou qual é o erro que
está em sua mente e em seu coração, e ninguém sabe, mas está minando sua vida?
Nesse contexto é impossível não lembrar do personagem bíblico Davi.
Ele também era um político! Interessante que o fato de ter tanto poder fez com
que ele, por um instante, achasse que poderia encobrir seu pecado de todos.
Esqueceu, por um instante, que não escondemos nada de Deus! Seu pecado foi
escancarado, assim como está acontecendo com a operação lava jato. Mas Davi
felizmente caiu em si, reconheceu seus erros, mudou seu rumo e voltou-se para
Deus suplicando:
“Tem misericórdia de mim, ó Deus, segundo a tua benignidade; apaga as
minhas transgressões, segundo a multidão das tuas misericórdias.
Lava-me completamente da minha iniquidade, e purifica-me do meu
pecado.
Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre
diante de mim. …
Eis que amas a verdade no íntimo, e no oculto me fazes conhecer a
sabedoria.
Purifica-me com hissopo, e ficarei puro; lava-me, e ficarei mais
branco do que a neve. …
Cria em mim, ó Deus, um coração puro, e renova em mim um espírito
reto. …
Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a
minha língua louvará altamente a tua justiça.” (trechos extraídos do Salmos
51).
Como indivíduos precisamos dessa mesma humildade quando caímos e
pecamos secreta ou publicamente. E como pais e mães de família precisamos
ensinar esse procedimento aos nossos filhos. Uma sociedade melhor e mais ética
começa em casa.
Márcia Ebinger
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