O mês de Junho é marcado em todo Brasil pela alegria das crianças que
pintam seus rostos com ‘sardas’, comem muita pipoca, pinhão e rapadura. Estou
falando das festas Juninas! Mas afinal, qual sua origem? É apropriado como
cristão participar de tais comemorações?
Bem antes de Cristo, os Celtas já acendiam fogueiras no mês Junho,
marcando a chegada do verão Europeu, e a adoração ao sol que voltava com dias
mais longos. A fogueira era uma referência aos espíritos que os pagãos
acreditavam existir na natureza!
Nestes cultos pagãos a comida provinda dos frutos da terra era
abundante, pois era antes de mais nada um culto a ‘fertilidade’ dos deuses, ou
seja, da terra. Até hoje algumas seitas religiosas pagãs como a Wicca pratica
este tipo de festejos, curiosamente o Ocultismo tem no dia 24 de Junho um de
seus maiores feriados anuais.
Seis séculos d.C., o Vaticano definiu o dia 24/06 como a data do
nascimento de João Batista e criou uma lenda para adaptar a festa pagã, na qual
Isabel comunicou a Maria o nascimento do Batista através de uma fogueira. Será
que o povo realmente acreditou nessa? Para os pagãos recém ‘convertidos’ ao
Catolicismo, o que importava era continuar a fazer suas festas!
Particularmente, eu duvido que alguém avistaria de Nazaré[Galiléia], uma fogueira
feita nas montanhas de Judéia.
Na verdade, os deuses pagãos foram convertidos em santos Católicos,
imagens de pessoas que estão mortas e inconscientes (Ecl.9:5-10). Sendo eles;
S. Antônio, venerado pelas solteironas no dia 13, S. João Batista que segundo o
Catolicismo teria nascido dia 24 e S. Pedro que teria sido morto dia 29 (como
ele é tido como o 1º Papa para o Catolicismo é uma forma dos foliões venerarem
o próprio Papa).
Quando a festa chegou ao Brasil, com o tempo foi misturada aos
costumes dos caboclos, índios e sertanejos adquirindo a atual forma e
apresentação. Em resumo é uma festa Pagã-Católica com elementos da cultura
interiorana do Brasil. Todo participante é no fundo um adorador, consciente ou
inconscientemente! Deveria eu ou minha família participar ou promover tais
festas?
Penso que o bom senso nos ajuda a evitar o mal e ao mesmo tempo, não
parecermos anti-sociais. Devemos evitar tal envolvimento, com símbolos pagãos,
santos Católicos e festas que misturem bebida e dança mundana. Penso que nossos
filhos devem ser bem orientados, para que saibam reagir com prudência e por
convicção própria diante da cultura popular. Festas caipiras vão aparecer em
vários lugares, como na escola pública ou na vizinhança de sua casa e não
podemos parecer párias culturais, devemos dar bom testemunho até na maneira
como dizemos ‘não’ para algumas coisas. Nem de perto, deveríamos imitar tais
festas em nossas igrejas!
Quando criança, fui a uma festa caipira na sala de aula da minha
escola. Não teve nada de mal, éramos crianças de uns 7 anos supervisionados
pela professora, havia alegria, aprendi sobre a cultura sertaneja e comi pipoca
doce. Foi inofensivo! Bem diferente seria, sair por aí pulando fogueira e
dançando forró. Mas até onde conseguimos controlar tudo isso?
O texto de I Cor 10: 14-33, Paulo discorre sobre como o Cristão deve
fugir da idolatria, ele argumenta que não podemos participar da mesa de Deus e
dos demônios ao mesmo tempo. Naquela época, uma das grandes dúvidas era se o
Cristão poderia comprar qualquer carne ou comer qualquer coisa em uma festa,
uma vez que estes alimentos eram muitas vezes consagrados ao templo pagão e aos
seus demônios. Paulo resolveu a polêmica deixando que a consciência de cada um
resolvesse o problema, v.25, mas alertou que se fosse conhecida a origem
imprópria e idólatra, mesmo o ídolo não sendo nada em si, e não tendo poder
real, não se deveria comer para evitar causar confusão para os novos na fé ou
um possível mal testemunho. Um sábio conselho para nossas famílias hoje, seria
“Todas as coisas são lícitas, mas nem todas convêm, todas são lícitas, mas nem
todas edificam” I Cor. 10:23.
"Aprendi uma lição importante para nossa igreja: Que poder tem
uma festa! Integra, anima, confraterniza e até ensina. Precisamos nos reunir
seguidamente para comer pipoca, rapadura e pinhão cozido. Rir bastante, ver as
crianças na roda da hora social! Convidem-me para uma destas e eu vou com
certeza, mas me convidem para uma que tenha que ir vestido de roupa xadrez,
chapéu de palha e pular fogueira... Desta estou fora!" Pr. Ericson Danese.
Fontes: Blog Pr. Ericson Danese