A Qualificação Bíblica dada ao Homossexualismo
Apesar de que a tendência atual, baseada em conceitos sociais e
psicológicos, seja do reconhecimento da homossexualidade como uma simples
preferência e não um distúrbio; a
definição Bíblica ainda é a qualificação mais adequada para tratar esse
assunto. No livro de Levíticos encontra-se definido o caráter pecaminoso do
ato: “Não te deitarás com varão como se
fosse mulher; é abominação” (Lev.
18:22); mais adiante o mesmo livro
refere a sentença imposta aos que se tornam transgressores por não ouvir esse
preceito: “Se um homem se deitar com
outro homem, como se fosse com mulher, ambos terão praticado abominação;
certamente serão mortos; o seu sangue
será sobre eles” (Lev. 20:13).
O texto de Lev. 18:22, não é simplesmente o estabelecimento legal, em
forma de proibição, de uma norma de comportamento; nem sequer institui um procedimento cultual
de maneira que a proibição possa atingir unicamente aos santos, sendo liberada
à grande massa de pessoas que forma o povo de Deus. Mais do que implantar uma norma, esse texto
estabelece um princípio. É o ponto de partida do qual deriva o adequado
comportamento baseado no respeito entre pessoas de sexos diferentes. Como princípio, estabelece a relação íntima
que deve existir entre seres criados diferentes através do sexo; estabelece também a fonte da qual deriva ou
se perpetua o ser. Esse princípio
determina que a relação sexual deve ser para unir intimamente homem e mulher,
tendo como finalidade a procriação.
O termo hebraico (zakar) que aparece no texto de Lev. 18:22, o qual é
traduzido como homem, tem um significado relacionado estreitamente com a
atividade sexual. Devemos notar a
diferença de sentido desse termo com as outras palavras que aparecem na Bíblia
hebraica e que são traduzidas por “homem”. O termo ’adam, significa o ser
humano, alguém, coroa da criação, espécie humana; ’ish, tem a conotação genérica, diferente de
mulher, marido, identificador de atividade como “homem do campo”; ’enosh, significa ser vulnerável, inferior,
mortal; geber, transmite a idéia de ser poderoso, vencedor,
homem forte; mat, é usado para descrever
homens de má reputação, falsos, iníquos.
O termo zakar, que aparece no texto mencionado acima, indica a masculinidade em relação ao sexo, em
geral identifica o macho de humanos e animais28. É usado em Gen. 1:27 e 5:2 para definir a
parceria sexual com a mulher; também
aparece em Gen. 17:10; 34:15; Ex. 12:48
e outros para identificar quem deve participar do rito da circuncisão; em Num. 31:18, 35; Jz. 21:12 o uso do termo é
para referir-se ao parceiro masculino nas relações sexuais normais. Dessa
maneira o texto de Levíticos ao que fazemos referência, é uma alusão à
sexualidade masculina que deve ser usada segundo o princípio divinamente
estabelecido, sendo proibida a prática incorreta. Da mesma forma, na sentença que aparece em
Lev. 20:13 o transgressor do preceito é identificado com o termo zakar, com o
qual não permanecem mais dúvidas em relação ao ato que está sujeito a
condenação, ou seja a união sexual de parceiros do mesmo sexo.
No Novo Testamento, o apostolo Paulo faz referência ao passado
pecaminoso da humanidade, assinalando que os “homens também, deixando o contato
natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo
torpeza, homens com homens…” (Rom. 1:27).
O próprio apóstolo sentencia em outra epístola, que “os injustos não
herdarão o reino de Deus … nem impuros,
nem idólatras, nem adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem
ladrões, nem avarentos …” (1 Cor. 6:9).
Esses textos claramente indicam que a vigência do princípio pelo qual
existe a diferença sexual, permanece durante o cristianismo e se projeta como
qualificativo da salvação, para a eternidade.
O termo usado pelo apóstolo Paulo em Rom 1:27 e que é traduzido por
homem é arsenes, que tem o sentido de varonilidade, masculinidade, relativo ao
sexo. A comparação com outros termos
gregos que aparecem na Bíblia e são traduzidos por “homem”, permitem destacar
mais o sentido da palavra usada por Paulo no texto indicado. Assim, o termo anthropos, faz referência ao
ser humano, amigo; o termo aner, serve
para identificar o homem adulto, o noivo, o marido. A ênfase imposta pelo apóstolo para
qualificar o ato pecaminoso está no uso do termo arsenes, pois faz referência
ao homem com seus atributos de sexualidade, usados indevidamente. Igualmente ao elaborar a lista de práticas
pecaminosas que excluirão seus adeptos, do reino celestial, o apóstolo usa a palavra grega arsenokoitai,
traduzido por “sodomitas”. Essa palavra
está composta do termo arsenes, “homem macho”
e do termo koito, o “ato sexual”.
Dessa maneira podemos inferir que Paulo se referia aos homens que
ostentam característica sexual masculina, usando esse atributo em
forma indevida.
A Missão da Igreja
Jesus deixou claramente estabelecida a missão que devem cumprir seus
fieis seguidores, organizados em Igreja. Usando o tempo imperativo, disse: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as cousas que
vos tenho ordenado …” (Mt. 28:19,20).
Nessas palavras estão sintetizadas todas as atividades a serem
desenvolvidas pela igreja com a única finalidade de preparar um povo santo para
o Céu. No cumprimento dessa missão a
Igreja enfrenta toda gama de obstáculos que tentam impedir de alcançar a sua
finalidade. Um desses obstáculos é a
crescente tendência libertina da imoralidade, principalmente de expressões
irrestritas do homossexualismo.
Vimos neste estudo, apesar do silêncio manifestado pela medicina, que
existem algumas anormalidades relacionadas com a sexualidade, razão pela qual
pessoas do sexo masculino afetadas, poderiam apresentar comportamento
efeminado, . Essas pessoas devido a
essas características, em geral sofrem discriminação e facilmente são levadas a
constituir grupos com outras semelhantes e dessa maneira praticar o
homossexualismo. Devemos esclarecer que
a Bíblia não condena ninguém por suas deficiências físicas ou anormalidades de
qualquer índole. A condenação Bíblica é
para os que praticam atitudes contrárias aos preceitos estabelecidos. Dessa maneira podemos inferir que a sentença
não exclui a quem, devido a suas anomalias fisiológicas e estruturais, sendo do
sexo masculino, manifesta atitudes tipicamente femininas.A exclusão é para quem
pratica o homossexualismo.
Da manifestação de atitudes tipicamente femininas por parte de um jovem,
à prática da homossexualidade, por parte do mesmo; há uma distância
considerável. Um jovem que padece de tal
tipo de distúrbio, pode nunca ter tido uma experiência de relacionamento
homossexual. Essa prática está
relacionada com a tendência sexual que na linguagem freudiana é conhecida como
libido, condicionada à maturidade geral do indivíduo. Segundo Kretschmer, “a
tendência sexual é um produto … de um ciclo causal bastante complicado onde
participam o cérebro, a medula e as glândulas em geral”29. Essa tendência, ou seja a libido, quando
manifestada com intensidade, pode levar a deturpações do comportamento sexual.
Cabe enfatizar que atitudes femininas manifestadas principalmente por
adolescentes do sexo masculino e que freqüentam uma igreja, não significam que
o tal seja necessariamente um indivíduo homossexual. Esse comportamento, se observado pelos
líderes da igreja, pode ter uma razão fisiológica ou anatômica. O reconhecimento desse problema no entanto,
pode ser traumático para os familiares, mas o líder da igreja, consciente das
suas funções, fazendo uso de muita cautela e sabedoria pode convencer os parentes para requerer o
auxilio médico correspondente.
Verificada a raiz que gera essa tendência, será necessário compartilhar
com outros membros da comunidade eclesiástica, a explicação clínica do
caso. De qualquer forma o vital do
problema é evitar o preconceito velado, que produz discriminação e que pode
levar o paciente a procurar seus semelhantes e dessa forma, ser conduzido à
prática do homossexualismo prematuro.
Para alívio do problema, a incidência de casos de anormalidade
fisiológica e estrutural em pessoas do sexo masculino e que poderiam levar à
prática da homossexualidade é pequena.
O cerne do problema, no entanto, está na elevada porcentagem de
pessoas do sexo masculino que praticam a homossexualidade sem serem portadores
de nenhuma anormalidade física que os induza a manifestar tal conduta. Norman L. Geisler, no seu tratado sobre ética
afirma que a homossexualidade é um mal “porque coloca a única relação marido e
mulher entre dois que não podem ser marido e mulher”30. Fazendo referência novamente aos resultados
obtidos por Alfred Kinsey, onde 37% dos entrevistados por esse pesquisador
admitiram que tiveram ao menos uma experiência de homossexualismo, se deduz que
a maioria são pessoas que foram levadas a tal prática, por forças semelhantes
às que induzem um indivíduo à bebida, ao tabaco, ao uso de drogas, as
jogatinas, ou a quaisquer vício humano.
Em outras palavras, pelas forças que operam a tentação e o pecado. Esta asseveração está baseada na consideração
Bíblica sobre o caráter pecaminoso de tais práticas e que resultam em
condenação (1 Cor. 6:9,10).
Não existindo uma causa física ou psíquica aparente que estimule a
conduta homossexual entre pessoas do sexo masculino, deve-se considerar que
essa prática é devida ao cultivo de um hábito pernicioso. Muitos jovens se tornam homossexuais
inveterados, da mesma forma do que um bêbado ou um dependente de drogas; levados unicamente pela atração inconsciente
a novas aventuras que no final resulta na formação de um mal hábito. A homossexualidade, vista com a lente
bíblica, é uma prática pecaminosa e deve
ser evitada e tratada como qualquer ato dessa natureza. Em certos casos a recuperação pode ser
imediata mas, noutros pode criar-se uma esfera de pessimismo. A expressão
Bíblica sugere manter confiança no poder sobrenatural por que outros que
sofriam desses males, foram lavados, santificados, justificados, “em nome do
Senhor Jesus Cristo” (1 Cor. 6:11).
O papel do líder da igreja, neste como em todos os demais casos em que
lhe cabe enfrentar esse tipo de hábitos deve ser o de prevenir o mal. O pastor da igreja sabe que sua função
fundamental é a redenção dos que a ele lhe são confiados. Será de bom empenho fazer referência aos
males da sociedade moderna protegendo sua comunidade, da contaminação do
mundo. Não deve contar nesse serviço
unicamente com suas habilidades e recursos individuais; deve sim requerer de Deus a sabedoria e toda
inspiração para vencer a contenda.
Ruben Aguilar PhD
Professor de Teologia
SALT – Sede Brasil
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