“A tarefa de tornar o lar feliz não repousa sobre a mãe somente. O pai
tem parte importante a desempenhar. O marido é o laço de união dos tesouros do
lar, unindo mediante sua afeição devotada, forte, fervente, os membros da
família - mãe e filhos - nos mais fortes laços de união. [...] O marido e pai é
a cabeça da família. A esposa espera dele amor e interesse, bem como auxílio na
educação dos filhos, e isso é justo. Os filhos pertencem-lhe, da mesma maneira
que a ela, e sua felicidade igualmente lhe interessa. Os filhos esperam do pai
apoio e guia; cumpre-lhe ter justa concepção da vida, e das influências e
associações que devem rodear sua família; ele deve ser regido, acima de tudo,
pelo amor e temor de Deus, e pelos ensinos de Sua Palavra, a fim de lhe ser
possível guiar os pés dos filhos no caminho reto. [...]
“O pai deve fazer sua parte para tornar o lar feliz. Sejam quais forem
seus cuidados e perplexidades nos negócios, não permita que estes ensombrem a
família; deve penetrar em casa com sorrisos e palavras aprazíveis. [...] O pai
é em certo sentido o sacerdote da família, apresentando ante o altar de Deus o
sacrifício da manhã e da tarde. A esposa e os filhos devem ser encorajados a
unir-se nesta oferenda e também a participar dos cânticos de louvor. De manhã e
de tarde o pai, como sacerdote da família, deve confessar a Deus os pecados
cometidos por ele mesmo e pelos seus filhos durante o dia. [...]
“O pai... unirá seus filhos ao trono de Deus pela fé viva.
Desconfiando de sua própria força, achegará sua alma desajudada a Jesus,
apossando-se da força do Altíssimo. [...] O pai deve estar à testa da família,
não como um rapazote, um garoto indisciplinado, mas como um homem de caráter
varonil, de paixões controladas. Deve ele obter educação em moral correta. Sua
conduta na vida em família deve ser dirigida e restringida pelos princípios
puros da Palavra de Deus. Então ele crescerá até à estatura de um homem em
Cristo Jesus. [...] Fazei tudo que estiver em vosso poder para tornar a vida de
vossa esposa aprazível e feliz. Tomai a Palavra de Deus como vossa conselheira.
No lar vivei os ensinos da Palavra. Então havereis de vivê-los na igreja e os
levareis convosco ao trabalho. Os princípios do Céu enobrecerão vossas
transações. Anjos de Deus cooperarão convosco, ajudando-vos a revelar Cristo ao
mundo. [...]
“Ajude o marido à esposa, mediante simpatia e constante afeto. Se ele
a deseja conservar jovial e contente, de modo a ser no lar como um raio de sol,
auxilie-a no fazer face às responsabilidades. Sua bondade e amorável cortesia
serão para ela uma preciosa animação, e a felicidade que ele comunica lhe trará
paz e alegria ao próprio coração. [...] Se a mãe é privada do cuidado e
conforto que lhe devem ser proporcionados, se se consente gastar as forças em
trabalho excessivo ou por ansiedade e tristeza, seus filhos são privados da
força vital, da elasticidade mental e da jovialidade que poderiam herdar. [...]
“O pai perde em média muitas oportunidades áureas de atrair e prender
a si os filhos. Ao retornar ao lar vindo do trabalho, ele deve achar uma
agradável variação gastar algum tempo com os filhos. Os pais devem
desprender-se de sua falsa dignidade, negando a si mesmo alguma pequena
satisfação em tempo e lazer, a fim de se associarem com os filhos, simpatizando
com seus pequenos problemas, ligando-os a seu coração pelos fortes laços do
amor, exercendo tal influência sobre sua mente em expansão que seus conselhos
sejam considerados sagrados. [...]
“O pai de meninos deve entrar em contato íntimo com seus filhos,
dando-lhes o benefício de sua grande experiência, e falando com eles com tal
simplicidade e ternura que os ligue ao seu coração. Deve deixá-los ver que ele
tem em vista em todo o tempo, o maior interesse e felicidade deles.
“O pai pode exercer sobre os filhos uma influência que será mais forte
que os atrativos do mundo. Ele deve estudar a disposição e caráter dos membros
de seu pequeno círculo, a fim de poder compreender suas necessidades e perigos,
e assim estar preparado para reprimir o erro e encorajar o direito. Seja qual
for o caráter de sua atividade, não é de tão grande importância que lhe sirva
de escusas por negligenciar a obra de educar e preparar seus filhos a fim de se
conservarem no caminho do Senhor. [...] O pai não deve absorver-se de tal
maneira nos negócios da vida ou no estudo dos livros, que não possa ter tempo
de estudar a natureza e necessidade de seus filhos. Deve auxiliar no descobrir
meios pelos quais eles possam conservar-se ocupados com trabalho útil e
agradável às suas disposições variadas.
“Pais, dedicai tanto tempo quanto possível a vossos filhos. Procurai
familiarizar-vos com seus diferentes caracteres, para que possais saber como
educá-los em harmonia com a Palavra de Deus. Jamais saia de vossos lábios uma
palavra de desencorajamento. Não leveis trevas para dentro do lar. Sede
amorosos, bons e afetuosos para com vossos filhos, mas não absurdamente condescendentes.
Deixai-os levar os seus pequenos desapontamentos, como todos necessitam fazer.
Não os encorajeis a vir a vós com suas infantis queixas de uns contra os
outros. Ensinai-os a suportarem-se mutuamente e a procurar conservar a
confiança e o respeito mútuos.
“Pais... combinai o afeto com a autoridade, a bondade e simpatia com a
firme restrição. Dedicai a vossos filhos algumas de vossas horas de lazer;
relacionai-vos com eles; associai-vos com eles em seus trabalhos e brinquedos e
captai-lhes a confiança. Cultivai a camaradagem com eles, especialmente os
meninos. Tornar-vos-eis, assim, uma forte influência para o bem. [...]
“Quando o marido tem a nobreza de caráter, a pureza de coração, a
elevação de espírito que deve possuir todo verdadeiro cristão isso será
manifesto na relação matrimonial. ... Ele procurará conservar a esposa com boa
saúde e ânimo. Esforçar-se-á por falar palavras de conforto, criar uma
atmosfera de paz no círculo familiar.”
(Ellen G. White, O Lar Adventista, p.
211-228)